segunda-feira, 12 de julho de 2010

A parte de mim, que eu ainda não conhecia. 2ª p.


Voltei para casa rezando que meu dia conturbado acabasse por ali, e que amanha fosse um dia completamente diferente. Quando cheguei minha mãe estava a me esperar na varanda, esperançosa de que eu chegasse completamente feliz em relação ao meu primeiro dia de aula. Que logo ficou decepcionada. Subi para o meu quarto, e peguei o livro que eu estava lendo "A vizinha maníaca" deitei na minha cama, e só levantei para tomar banho. Voltei e me deitei novamente, dessa vez apaguei as luzes e tentei dormir, mais a imagem das pessoas me olhando não saiam da minha cabeça. Eu não conseguia entender que ia ter que conviver com isso, mais um ano inteiro. E com isso tudo me desliguei, e cai num sono profundo. Onde um pesadelo ridículo me acordo meia hora depois.
Levantei assustada, fui até a cozinha tomei um copo d'agua e voltei a deitar. Agradeci a Deus por aquele pressentimento de que iria acontecer alguma coisa, não havia sido nada. E foi assim que eu adormeci.
Acordei com minha mãe me chamando para ir para a escola. E a rotina foi a mesma de sempre, tomar banho, café e pegar o ónibus. Cheguei na escola meio aliviada, pelo primeiro dia ter sido tão horrível, achei que pior do que o primeiro seria impossível ser o segundo. Mas ai agente se engana, sempre tem como piorar.
Entrei na sala, e a primeira aula era de biologia, as coisas até que haviam começado bem. Não que biologia fosse minha matéria preferida, mais entre matemática e biologia, escolheria biologia. Ainda não havia frequentado a sua aula, então a professora me chamou para que pudesse me conhecer melhor. Logo depois, propôs a turma que arrumassem as carteiras e que sentassem em duplas todas as próximas aulas.
Meu coração acelero de uma forma desesperada, se eu achava que não tinha como piorar, agora eu realmente vi que tinha. A professora então, iria formar as duplas, que seriam as mesmas em todas as aulas. Ela começou a ditar os nomes das duplas, e eu esperançosa de que não sobrasse nenhum aluno para se sentar comigo, mas nunca tive tanta sorte assim. E quanto mais chegava perto da letra "L" mais o meu coração apertava. A professora disse Lis Stuarth e Sean Petter. Eu nem sabia quem era esse garoto, mas ele devia ser só mais um daqueles que ficaram me olhando com cara de espanto quando eu cheguei na escola. Fiquei olhando ansiosa esperando que alguém fosse ao meu encontro, e eu consegui ver apenas, um lindo garoto de olhos claros e cabelos escuros. Seu rosto era a coisa mais linda que eu já havia visto, era a forma de beleza mais incrível e mais natural que podia existir. Seu olhar era penetrante e muito viciante, mais no final das contas, dava medo.
Ele chegava cada vez mais perto, e quanto mais ele chegava mais sem graça eu ficava. As vezes acho que não nasci para isso.
- Oi, você é muito estranha, não acredito que vou ter que sentar com você até o final do bimestre. Disse o garoto para mim. E todo aquele encanto se acabou exatamente ali. Sem dizer mais absolutamente nada sentei no meu lugar e o garoto fez o mesmo.
Aquele foi o primeiro contato, e eu já desejava que tivesse sido o ultimo. Meu segundo dia conseguiu ser pior que o primeiro. E eu tinha absoluta certeza, que tudo aquilo só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.

texto 2, por: @chaaiy

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